domingo, 20 de junho de 2010

COMO TER UM FILHO INTELIGENTE

Texto publicado na Revista Grande Noroeste em Fev. 2.003

Na Segunda Guerra Mundial as mulheres apresentaram maior número de abortos espontâneos e maior mortalidade neonatal1 quando faltou alimento na Europa.
A alimentação precária na gravidez, e até possivelmente antes da concepção afeta a saúde do recém-nascido provocando o nascimento de crianças com baixo peso (menos que 2.500g), que morrem mais fácil, crescem menos e têm mais dificuldade no aprendizado1.
A gestante obesa tem maior tendência a complicações obstétricas como: parto prolongado, infecção nos rins, diabetes, pressão alta, trombose e embolia. Essas devem ser alertadas que a gravidez não é o momento de perder peso1.
A alimentação da gestante
É recomendado que a grávida faça seis refeições diárias1 que tenham amido e proteína. Os amidos de qualidade estão nos vegetais: trigo, aveia, batata, arroz com feijão, pão e macarrão. As proteínas de primeira são encontradas em produtos animais: queijo, leite, peixe, boi, frango, ovo e na soja.
Frutas e verduras são complementos que fornecem fibras e vitaminas. Duas porções de cada um são suficientes. Porção pode ser a quantidade que cabe na palma da mão. Duas laranjas têm 70 mg de vitamina C que é a necessidade diária da gestante.
Duas colheres de sopa de óleo vegetal ao dia completam os nutrientes necessários para a grávida se alimentar politicamente correto.
O ganho de peso na gravidez não deve passar de 11,5 a 16kg1. Para não passar disso deverá ser feito ginástica, cortar os alimentos vazios (com açúcar) ou diminuir as porções. Nunca deixar de comer para não engordar.
Os estudos até o presente não concluem que os adoçantes artificiais sejam prejudiciais. Portanto não existe razão para evita-los na gravidez1.
Vitaminas na gravidez
Na dúvida sobre o nível nutricional muitos médicos prescrevem cápsulas de vitaminas durante todo o pré-natal1.
Devido a gestante necessitar de mais ferro e ácido fólico, presentes respectivamente nas carnes vermelhas e folhas, essas substancias devem ser suplementadas no pré-natal até naquelas que se alimentam bem1.
A carência do ácido fólico provoca mal-formações (defeito nos lábios, coluna e ausência de cérebro), baixo peso ao nascer, parto prematuro e aborto espontâneo. Como a espinha do feto se forma com 28 dias de gestação, antes que a maioria das mulheres desconfie da gravidez, a suplementação com ácido fólico deveria começar teoricamente antes da concepção1.
O Central Desease Control (CDC) nos EUA recomenda que todas as mulheres com risco de gravidez aumentem a ingestão do ácido fólico1.
A farinha de trigo dos EUA há muito tempo é enriquecida com ferro e niacina (vitamina B). A partir de janeiro de 1998 o FDA (“Food and Drug Administration”) estabeleceu que o ácido fólico seja também adicionado a farinha de trigo dos americanos1.
Os super-bebês
É comum na atualidade ouvir essa frase: “Parece que as crianças de hoje são mais inteligentes que antigamente”. Sim e também maiores!
Antes os bebês mamavam leite de vaca com maisena. Essa é um alimento vazio, sem vitaminas, proteínas, nem fibras, apenas amido. Hoje eles mamam leite materno puro, rico em ácido linoleico, cistina e taurina, necessários para o desenvolvimento do cérebro.
Os bebês estão mamando mais leite materno que no passado, porque o Ministério da Saúde desaconselha o uso de chupetas, chá, e água até o seu sexto mês de vida. Deve ser oferecido o peito toda vez que ele chorar.
Resumindo: o segredo para se ter um filho saudável, inteligente e feliz é nutri-lo corretamente no útero durante nove meses, mantê-lo no peito dois anos e conserva-lo no coração por toda vida.
Dedico esse artigo a minha filha Paula grávida de 10 semanas.
1. Krause, Alimentos, Nutrição & Dietoterapia, editora Roca, 10a edição, 2.002.